Vivemos em um país, como já se sabe, de grande extensão territorial. Talvez esse seja o fator principal para que não tenha uma cultura unificada. Não que seja ruim a fragmentação cultural, muito pelo contrário, torna seu povo rico em cultura. Os nordestinos tem como festas culturais, por exemplo, a comemoração do São João, Bumba-meu-boi, Festa do Divino, Maracatu Rural... Celebrações incomuns para as outras partes do Brasil.
Não estou aqui para engrandecer nenhum dos lados, apenas citei o que conheço, afinal não queria cometer o erro do uso de esteriótipos. Também não é exclusivamente de cultura que vou tratar, mas sim dos inúmeros tipos de preconceitos que explodem em grupos de diferente intensidade. Meu objetivo de começar com a cultura foi graças a um programa de humor exposto aos sábados à noite na rede globo, esculachando, como sempre, os baianos, taxando-os de preguiçosos. Pode ser um motivo pessoal, porém a intenção é boa.
Preconceito é algo inadmissível! Merece o fim sim, mas não da forma de aceitação na marra. Os seres humanos são diferentes desde a fisionomia até suas ideias, o incorreto é discriminar de maneira agressiva (verbal ou não). Não goste, porém mantenha o respeito! Não é preciso amar quem diverge da sua concepção, só o respeite como é, sem tapas ou palavras utilizadas para denegrir, humilhar.
Meus alvos de debate serão esses: preconceitos. Como iniciei a discussão sobre cultura, então irei adiante... Tirando um texto do site Brasil Escola: "Aos olhos da Sociologia, cultura é tudo aquilo que resulta da criação humana. São ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social". Com a globalização, o mundo ficando mais próximo, as culturas vão tendo pedaços seus se espalhando pelo resto do globo, comidas típicas invadindo a mesa de um povo diferente. Há também a industria da cultura, que define algo como "bom" de forma universal, tal como músicas, roupas...
De acordo com a definição, é difícil comparar concepções diferentes de um mesmo mundo. Em países onde a religião islâmica predomina, mulheres andam com os corpos totalmente cobertos. Já as brasileiras usam roupas mais "reveladoras". Se Trocássemos elas de lugar, achariam estranho e totalmente errado.
Moça de biquíni: tudo coberto, menos seus olhos, o que é uma cultura de dominação masculina cruel!
Moça islâmica: Nada coberto, menos seus olhos, o que é uma cultura de dominação masculina cruel!
Não se pode julgar uma cultura como inferior, são pontos de vista diferentes, costumes diferentes. Etnocentrismo não é um bom caminho, é um insulto aos padrões éticos de um determinado povo, massacre a hábitos milenares. Os índios tinham o costume de andar nus por conta das altas temperaturas do país, com a chegada dos europeus, estes foram vestidos, pois homem civilizado é homem de roupa segundo eurocentrismo. Hoje, é atentado ao pudor estar nu, gera constrangimentos. Não sou a favor do nudismo, provavelmente por conta da minha criação, o que reflete no exemplo da colonização.
Agora, por que ainda há essa má imagem do nordeste para com o resto do país? Na verdade, os paulistas e cariocas parecem ter pavor aos baianos. Esta comparação é histórica. A população da era escravista via os negros como desorganizados, sujos, analfabeto e preguiçosos. A ladeira da preguiça, na cidade de Salvador, ganhou este nome, pois era usado como caminho para levar mercadorias do porto para a cidade. Os negros que subiam a ladeira ingrime, paravam para descansar um pouco e a elite, observando-os dos seus casarões, berravam "sobe preguiça". Em 1960, o governo da Bahia utilizou-se da imagem paradisíaca para atrair turistas, dizendo que era um bom local para descanso, onde quem não queria trabalhar deveria ir. Ficamos com imagem de submissão, já que nós trabalhávamos servindo aqueles que descansavam. Além disso, a ideia de que, morar em locais paradisíacos leva a não trabalhar nos 365 dias do ano. Pensamento errado! "Quando uma pessoa afirma que baiano é preguiçoso, mesmo acreditando tal ato ser inocente (e nunca é!), ela está reproduzindo esse perfil intencional e historicamente construído, reforçado pela mídia e por aqueles que nada conhecem da Bahia e de sua gente. Tal estereótipo jamais poderia ser benigno, é um conceito permeado de racismo, uma visão atrasada e rasa, engendrado pela elite branca para depreciar a esmagadora população negra da Bahia". Informações tiradas do site "Fala Barreiras", da reportagem "A parábola da preguiça baiana", escrita pela jornalista Cathy Rodrigues.
Fonte: G1
Há uma grande distância entre a cultura da região sudeste para com a cultura nordestina, não estou dizendo ser grandiosa nossos cultos a ponto de serem melhores do que os de São Paulo, bato na mesma tecla, cultura não se compara. Só quero respeito para com a cultura alheia. Há tantos nordestinos na região sudeste graças a um arcaico problema de esquecimento do governo, este deixou a área a mercê da própria sorte, com um investimento baixo. No interior, geralmente, a agricultura familiar predomina, porém se torna escassa nos períodos de seca e para sobreviver viam-se obrigados a rumar para o sudeste, onde o trabalho era fácil.
Continuar com tal visão ultrapassada é questão de ignorância, é querer chamar atenção para algo ilusório. Toda e qualquer cultura merece total respeito, mesmo que você particularmente seja contra as festividades, aos cultos, isso não te dá motivo a criticar de forma etnocêntrica.
Yahoo! Respostas, Usuário: ☼ Mike ☼
Agradeço a atenção e espero ter ajudado na reflexão,
Tenham uma boa tarde e uma ótima páscoa